Realizou-se no passado dia 5 de fevereiro, na localidade francesa de Flaine, a 3ª etapa da Taça do Mundo da International Ski Mountaineering Federation (ISMF), tendo em atenção todas as regras de prevenção da COVID-19 implementadas por esta federação. Aquela estação de esqui serviu de base para assistir ao regresso dos esqui-montanhistas portugueses às competições de alto nível na disciplina de Individual. Mesmo vivendo em França, os dois representantes da FCMP, tiveram de realizar os testes de despistagem à COVID, obrigatórios para todos os envolvidos nas competições internacionais da ISMF.
Após dois anos de ausência ao mais alto nível, Nuno Caetano, do Clube de Montanha do Funchal, não teve a sorte do seu lado. A dureza do percurso fez quebrar uma das suas botas, o que impedia a correta estabilização no esqui e daí a sua desistência. “Este Inverno tenho utilizado sempre estas botas e até tenho treinado muitas vezes, por causa da obrigatoriedade de encerrar as portas da empresa onde trabalho. Logo por azar, hoje é que tinha de se partir!”, referiu o desolado Nuno. “Por outro lado, senti alguma falta de ritmo da alta competição. O nível está cada vez mais alto entre os jovens atletas!” – acrescentou.
O nosso outro representante foi o estreante Arthur Hanse, do Clube Nacional de Montanhismo-S.R. Centro. Atleta português nascido e radicado em França, Arthur vem do esqui alpino, tendo já representado Portugal nos Jogos Olímpicos. Apesar de anteriormente já ter feito provas de “skimo”, Arthur nunca tinha participado numa competição Individual da Taça do Mundo. Refira-se que a competição dos Seniores Masculinos apresentava um percurso com quatro ascensões (entre os 1600 e 2200 m de altitude), para um total de 1800 metros de desnível positivo acumulado, a que se somam os mesmos metros de descidas, por vezes abruptas e com neve compacta.
“Estava muito ansioso antes da prova e posso fazer uma comparação com o nível de stress sentido nos Jogos Olímpicos” – começou por dizer Arthur Hanse. “Perdi algum tempo nas subidas com falta de aderência nas peles utilizadas, mas estou satisfeito com a minha corrida porque tinha dois objetivos: fazer menos de 2h30 e não terminar em último. O meu objetivo agora é continuar a trabalhar para ganhar mais tempo aos melhores.” – concluiu o jovem Arthur.
Arthur Hanse alcançou o 52º lugar, com 2h21m50s, tendo estado presentes 61 atletas masculinos. O vencedor deste escalão foi o italiano Matteo Eydallin e entre as 27 senhoras presentes venceu a francesa Axelle Gachet-Mollaret.
A próxima competição internacional será o Campeonato do Mundo de Masters, a realizar também em França, onde a FCMP conta estar representada pelo veterano Nuno Caetano.
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